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Os 5 momentos mais marcantes da maternidade

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Olha, estou para dizer que depois que nos tornamos mãe tudo se torna marcante. Quase todo santo dia temos algo importante para relembrar. Ou pelo menos importante para nós, mamães mais do que babonas. Basta o filho falar “Ga”, para tentar dizer “Gato”, que já ficamos com os olhos cheios d`’agua.

Mas tem sim algumas coisas que marcam mais que outras. Tem sim alguns momentos que podemos viver mil anos que vamos sempre relembrar exatamente como é que foi que eles aconteceram. E em detalhes. E é claro que toda vez que isso acontecer, que pararmos para voltarmos um pouquinho no tempo, vamos nos perder em devaneios e nos emocionar como se estivéssemos vivendo tudo de novo.Eu, pelo menos, sou assim. Lembro de alguns momentos, algumas passagens, que quando os recordo chega a doer de tanta saudade que dá. Ou pelo menos dá aquela sensação gostosa de ter vivido algo, muito, mas muito, muito, muito importante.

Para mim, os cinco momentos mais marcantes da maternidade, até agora, foram:

O momento que descobri que estava grávida: Não vou esquecer nunca! Dá para fazer um post, e bem longo, só desse momento. Era um sábado, acordei cedo para ir fazer o exame de sangue e descobrir se aquela menstruação atrasada há oito dias era mesmo uma gravidez ou só uma mudança no meu ciclo. Meu marido, já se mostrando o pai presente que estaria pra nascer, foi junto. Lá no laboratório, me lembro de estar sentada na cadeira de espera e comentar: “Você tem noção de que eu posso estar grávida MESMO? Tem noção de que a nossa vida está para mudar para sempre?”. Meu marido só respondeu que não devíamos nos encher de esperanças pois as chances eram só 50/50. Mas meu coração já tinha outra resposta para essas perguntas. Eu já sabia! Passei as próximas quatro ou cinco horas esperando chegar um SMS que avisaria quando o exame estivesse disponível. Entre o almoço na casa da sogra e uma ida para visitar e conhecer o filho recém nascido de uma amiga, resolvemos passar em casa, e foi justamente quando estávamos entrando no elevador que o SMS chegou. Nessa hora, frio na barriga. Corremos para o computador para ver o resultado. Eu esqueci a senha de acesso ao site do laboratório e quando a encontrei, anotada, errei umas 10 vezes na hora de digitar, tamanho o nervosismo. Quando lemos o resultado, nem entendemos direito. O que queria dizer aquele monte de números?. Foi até ler algo como “esse resultado deve ser interpretado como positivo” que a ficha caiu. E também não tão claramente assim. Foi um misto de alergria, susto, euforia, medo e ansiedade. Saímos de casa, fomos visitar o casal de amigos com o bebê recém nascido, e com toda certeza do mundo, já chegamos lá vendo essa realidade com olhos bem diferentes do que seria se o resultado do exame fosse outro. A partir desse dia, minha vida nunca mais foi a mesma. A partir desse dia, eu tinha dois corações. Um que bateu por nove meses dentro do meu peito e outro que agora bate do lado de fora, mas que continua fazendo o que está aqui do ladinho de dentro palpitar.

Quando a gravidez chegou ao terceiro mês e descobrimos o sexo do bebê. Logo que eu descobri que estava grávida, acho que três ou quatro dias depois, eu tive um pequeno sangramento e fui parar no pronto socorro. Por conta desse sustinho, tomei alguns cuidados extras no início da gestação e também optei por, junto com o meu meu marido, não contar nada para ninguém sobre a gravidez. Quer dizer, contamos para nossos pais e eu deixei escapar para algumas amigas bem, bem, bem íntimas (que o pai do Léo não descubra isso. kkk!), mas fora isso, passei os três primeiros meses guardando segredo absoluto sobre a melhor notícia da minha vida. Quando estava com 11 semanas e 4 dias, fizemos a ultra dos três meses, aquela que tem o exame morfológico junto e que, no meu caso, apontou que o Léo seria um menininho. Deus do céu! Quanta emoção! A partir desse dia, abri as comportas do meu coração! Aquele segredo que estava guardado a sete chaves foi revelado e passei a viver de verdade a minha gestação. Além de poder contar para todo mundo, também havia passado a fase mais crítica da gestação, aquela em que a gente sempre guarda aquele medinho de que algo possa dar errado, e que no meu caso creio que ainda foi um pouco maior, por conta do tal sangramento. E, por fim, ainda nesse mesmo momento, fomos brindados com a notícia de saber o sexo do bebê, coisa que a gente nem esperava quando foi fazer o tal do exame.

O dia que o Léo veio ao mundo. Eu não tive parto agendado, mas sabia que o Léo nasceria no dia 22/05/12. Descobri isso na madrugada de 21 para 22, quando tive um sangramento e fui para o pronto socorro da maternidade onde daria à luz. Chegando lá, fui examinada e a enfermeira avisou: “Você já está com três centímetros de dilatação”. Uau! Eu não esperava por essa. Tanto não esperava que na hora que ela perguntou se eu queria ficar internada eu respondi: “Imagina, o bebê não vai nascer hoje”. E ela contra-atacou: “Ah, vai sim, isso eu garanto. Só não sei se será agora de manhã, no início da tarde ou à noite”. Bom, a partir dessa hora, eu, que acabei optando por vir para casa e só voltar para a maternidade muitas horas depois, já com 8cm de dilatação e com contrações de enlouquecer, passei a viver em outra dimensão. Digo outra dimensão porque esse foi um dia para lá de especial para mim. Eu fiz coisas simples e banais, como ir à manicure, visitar o GO novamente, ligar para amigas, navegar na internet, ler e-mails, conversar com minha mãe e sogra, mas com totalmente outra visão sobre todas essas coisas. Sabia que essas seriam horas de despedida, de despedida de uma Shirley mulher para o nascimento de uma Shirley mãe, de despedida de uma vida de total liberdade, e de despedida de uma parte da minha vida que não teria mais como voltar. Adoro lembrar desse dia. Adoro recordar a emoção que corria nas minhas veias, mas nada se compara a emoção do momento seguinte.

O momento do nascimento. O nascimento não é um dos momentos mais marcantes da maternidade. Ele é um dos mais marcantes da vida.Quer dizer, vou corrigir essa frase: ele é O MAIS marcante da vida de qualquer mulher. Sem sombra de dúvidas. Na minha opinião, você pode ter alcançado feitos e glórias, realizado façanhas incríveis, mas nada equivale a colocar um filho no mundo. Do momento do nascimento do Léo eu também recordo tudo. Lembro da dor dilacerante, da ansiedade para saber se estava tudo bem com o bebê, da expressão de dó e desespero nos olhos da minha mãe, da expressão de pânico na face do meu marido, da doçura e cuidado da equipe que me atendeu e das piadas que eu consegui voltar a fazer assim que tomei a anestesia para a chegada do Léo. Lembro até hoje da pergunta do meu GO, segundos antes de entrarmos na sala de parto: “Você está pronta?” e eu, que até então não tinha sentido um pingo de medo, respondendo com uma voz de pavor “E tem outra alternativa?”. Sim, no instante que eu estava prestes a ver o rosto do meu filho pela primeira vez, o pânico bateu. Tive medo por mim, tive medo por ele, tive medo de não saber o que fazer na hora H de colocá-lo no mundo. Mas Deus quis que nenhum dos meus medos de última hora se concretizassem e o Léo veio ao mundo em questão de minutos, com saúde e rodeado de muito amor e cuidado. Desse momento, não esqueço do chorinho dele, do seu rostinho no meu peito, da expressão de amor, felicidade e alívio estampada na face do meu marido e da cara de euforia (e alívio também) com que minha mãe, minha sogra e meu sogro nos observavam da janelinha da sala de parto. Cada vez que eu recordo esse momento, é como se eu o vivesse de novo. E uma alegria imensa toma conta de mim.

A chegada do Léo em casa. Uma coisa que me gravou dos livros de maternidade que li foi a seguinte frase: “Lembre-se, você já sabe como esse mundo funciona. É para o bebê que tudo é novidade”. Eu ouvia isso e me tranquilizava de pronto. Pensava: “Nossa, grande verdade! Não tem porque ter medo de ter um bebê em casa. Eu já sei como tudo funciona, já vivi nesse mundo por quase 34 anos, é ele que vai ficar inseguro por aqui, do ladinho de fora, então eu tenho que cuidar para que ele se sinta protegido e amado”. Ah! Ledo engano! Acho que eu cheguei em casa tão apavorada e perdida quanto chegou o Léo. Já comentei aqui, em outro post, que sequer sabia onde colocá-lo quando abrimos a porta do apartamento. Cogitamos colocá-lo no quarto, em cima da mesa (com  o bebê conforto) e no fim ele foi parar em cima do sofá (no bebê conforto) e lá ficou até terminarmos de fazer a nossa primeira refeição em casa. O primeiro dia do Léo em casa é outro momento que não vou esquecer nunca. E sendo bem sincera, nem tanto pela emoção e alegria, mas pelo choque, insegurança, medo e desespero. O primeiro dia do Léo em casa foi mais um dos dias que o meu leite não desceu e que tivemos que recorrer ao leite artificial. Foi também o primeiro dia que vi meu filho chorar por horas e horas sem que eu conseguisse fazê-lo parar (só parou quando oferecemos uma mamadeira para ele, em meio a pranto, decepção e desespero meus). Desse dia, não me recordo de todos os detalhes (minha cabeça já estava ficando abalada pelo cansaço e excesso de emoção), mas me lembro claramente dos sentimentos: amor, medo, insegurança, instinto de proteção, curiosidade, ansiedade e expectativa. Desse dia, lembro claramente de ter certeza que a minha vida nunca, nunca, nunca mais seria a mesma.

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