Categorias: bem estar | Comportamento/Desenvolvimento Infantil | Crianças acima de 24 meses

O desfralde do Leo

Compartilhe:
pin it

Estava pensando em fazer o desfralde do Leo desde o início do verão. Mas estava grávida e aí todo mundo me dizia para não fazer, pois o irmão chegaria, ele iria regredir e aí eu teria todo o trabalho de novo. Eu, como também não estava vendo muitos sinais do Leo me mostrando que queria tirar a fralda, desencanei e esperei o Caê nascer.

Mas agora o Caê fez dois meses, o inverno se aproxima, os três anos do Leo se aproximam (ele está com 2 anos e 10 meses) e ele me pediu para usar fralda. Fazer o quê? Iniciar o desfralde. Foi isso que a minha intuição mandou. (PS: comecei a escrever esse post quando o Leo tinha 2 anos e 10 meses, mas hoje, data da publicação, ele está com 3 aninhos).

desfralde 1
Photo Credit: mpisti via Compfight cc

E assim começamos. No primeiro dia, foi meio que caótico, mas depois as coisas foram entrando nos eixos e acredito que o desfralde seguiu bem tranquilo. Na verdade, muito melhor do que eu esperava.

Abaixo, fiz um pequeno diário de como foi o desfralde desde que começou, para vocês poderem visualizar a evolução das coisas

  • Dia 1 (quarta-feira): 4 escapes na escola / nenhum pedido de xixi no vaso / nenhum xixi no vaso
  • Dia 2 (quinta-feira): 3 escapes na escola /  pediu para ir até o vaso para tentar fazer xixi  / nenhum xixi no vaso
  • Dia 3 (sexta-feira): 2 escapes na escola / pediu para ir até o vaso para fazer xixi / 2 xixis no vaso
  • Dia 4 (sábado): nenhum escape em casa / pediu para ir até o peniquinho fazer xixi / 1 xixi no peniquinho. Explico por que só teve um xixi e nenhum escape: durante a manhã, o deixamos de fralda pois tínhamos que resolver várias coisas na rua e ficamos com medo dele fazer xixi e ficar muito constrangido. A partir de 14h tiramos a fralda. Ele segurou o xixi a tarde toda e, no fim do dia, fez xixi no peniquinho em casa (e eu fiz a maior festa do mundo).
  • Dia 5 (domingo): nenhum escape / pediu para fazer xixi todas as vezes/ 4 xixis ao todo – 2 na rua, em pé mesmo (estávamos num parque), 1 na privada da casa de uma amiga, 1 no peniquinho.
  • Dia 6 (segunda): nenhum escape, fez todos os xixis na privada.
  • Dia 7 (terça): nenhum escape, fez todos os xixis na privada.

Bom, depois desse histórico durante os últimos 7 dias, considero o Leo desfraldado de dia. Só que com um detalhe: as coisas com o cocô ficaram enroladinhas por mais um tempo, uma semana, mais ou menos. Na verdade, durante essa semana ele fez cocô algumas vezes na privada, algumas vezes na fralda da noite (ou de manhã, antes de tirarmos ela) e outras na cueca. Mas depois dessa semana ainda confusa, ele também passou a pedir para fazer cocô no vaso e correu tudo super bem.

E o que eu tiro de tudo isso e que dicas posso dar da experiência que estou vivendo?

1) O mais importante de tudo é exatamente aquilo que eu mais ouvi: esperar o tempo deles. Eu considero que o processo de desfralde foi tranquilo por aqui (claro que já vi outros mais tranquilos, mas também soube de outros beeeeem mais tensos), pois não fiz muito cedo (sem essa de chegar aos 2 anos e arrancar a fralda do filho) e aguardei o Leo sinalizar que estava pronto/queria desfralda (ele começou a pedir para usar cueca).

2) Tentei tornar o processo divertido de alguma forma: fiz o maior alvoroço em cima das tais cuecas dele. Falei que ele iria usar cueca como se isso fosse a coisa mais divertida e importante do mundo e comprei cuecas do um dos personagens favoritos dele. Ele adorou!

3) Fiz festa a cada conquista: cada xixi ou cocô no vaso que eu estava por perto do Leo, ou que ficava sabendo que ele fez, eu fazia a maior festa. E o primeiro acho que irei lembrar para sempre: foi no final do terceiro dia, em casa. Quando ele conseguiu fazer o tal xixi, só faltou eu chorar de felicidade. Eu gritava de alegria, abraçava, dizia que estava super orgulhosa dele. Como foi bem sincero, acho que ele sentiu isso.

4) A cada “falha” eu não o punia ou xingava: isso é a pior coisa que se pode fazer. Se houver escape, do que quer que seja e onde seja, trate isso naturalmente. Diga que é normal, não tem problema, e apoie. Eles já se punem pelo fato, você não tem que fazer isso também.

5) Usei a técnica do incentivo, que não costumo usar: eu criei um quadro simples, feito com papel e caneta, onde desenhei cinco círculos para serem preenchidos com adesivos a cada xixi feito na privada. Quando ele completasse o quadro, ganharia um presente. Acho que isso não foi decisivo, mas ajudou no processo, pois o Leo se empolgou para ganhar um presente novo (como eu disse, não sou muito a favor desse tipo de técnica de incentivo, pois acho que a criança tem que fazer as coisas porque entende que elas são importantes e não para ganhar algo, mas dessa vez me dei por vencida e usei a técnica de incentivo por achar que o processo seria complicado por aqui. No fim, nem foi tanto, mas acho que o quadro ajudou também).

6) Fiz algo que jurei que não faria: eu levei a privada para a sala e coloquei na frente da TV (mas só dois dias). E foi assim que saiu o primeiro xixi dele em casa. Eu tinha jurado que não faria isso, mas a maternidade é a experiência onde mais juramos fazer coisas que depois nos vemos fazendo. Jurei não levar o penico para a sala porque li por aí que temos que começar certo e o lugar certo de fazer xixi é no banheiro. Não discordo, mas tem horas que a gente faz o que dá.

7) Deixe ele ter opções para fazer xixi: quando o Leo precisava fazer xixi eu dei liberdade para ele fazer como bem entendesse – no penico, na sua privada com redutor de assento, na privada do lavabo sem redutor, de pé na plantinha (no parque), de pé no banquinho em frente à privada, etc… O importante era ele fazer, da forma que se sentisse confortável.

8) Mantenha as expectativas baixas: não adianta entrar no processo de desfralde achando que ele acontecerá de uma hora para a outra. Desfralde demora e é complicado. Tanto é que o desfralde do xixi foi uma maravilha por aqui, mas com o cocô ainda estamos “lidando”. E quanto maior a sua expectativa, maiores as chances de você se frustar e mostrar sua impaciência quando algo sair errado (e seu filho perceber isso e se frustar mais ainda). Mantendo as expectativas baixas, qualquer coisa positiva que vier será uma grande conquista e você irá demonstrar sua alegria por isso, deixando seu filho também feliz e fazendo com que isso ajude no processo.

9) Não espere que como cocô tudo flua tão bem como correu com o xixi (caso tenha corrido bem com o xixi): a relação da criança com o cocô é um pouco diferente que como xixi e aí as coisas nesse setor costumam ser mais complicadinhas. Tenha paciência.

Bom, o desfralde diurno já está 100% há um bom tempinho (agora Leo está com 3 anos e já se passaram dois meses desde que começamos o desfralde), mas o noturno ainda não rolou. Esse vou deixar para o próximo verão.

Confira esse relato também contado em vídeo:

 

Veja mais!