Já comentei em outro post que estou sem tempo para curtir a gestação do Caê e que as coisas estão sendo bem diferentes do que foram na gravidez do Leo. Se quando eu estava grávida do Leo eu vivia 24h a experiência da sua espera, tendo tempo para mil cuidados e mimos para mim e para ele, agora está sendo quase que uma maratona, com momentos que eu até esqueço que estou grávida.
Contar história e cantar para o bebê que ainda não chegou, passar horas aplicando creme hidratante e massageando a barriga, bater altos papos falando de como estou ansiosa para conhecer o seu rostinho, tudo isso virou lembrança de um passado remoto e que muito pouco (na verdade quase nada) tem a ver com o meu momento atual.
Mas eu estou com peso na consciência por causa disso? Estou me sentindo culpada por essa falta de tempo e atenção que tenho dedicado ao Caê? Estou lamentando isso que estou vivendo? De forma alguma. E quer saber por que? Pela simples certeza que eu carrego de que hoje estou bem mais preparada para ser mãe do que estava quando o Leo veio ao mundo. E, no fundo, é isso que interessa.
Estou sem culpas e “nóias” porque eu tenho uma forte intuição de que as coisas para o Caê serão muito mais fáceis do que foram para o Leo. Se o Leo precisou aprender a viver no mundo aqui de fora, precisou também me ensinar a ser mãe, esperar eu estar mais preparada para função, e creio que isso não deve ter sido nada fácil para ele.
Olho para o Leo e tem horas que chego a me emocionar pensando no que ele passou. Além de ter sofrido bastante pela sua APLV, ele tinha ao seu lado uma mãe que, por mais que tentasse, era muito insegura, tinha medo errar, não sabia direito o que fazer e em meio a todo o caos do primeiro filho, em muitos momentos, se perdia e demorava para se achar.
Sei que as coisas não serão fáceis tendo dois filhos em casa (ah não vão ser mesmo! E isso confesso que me assusta). Mas sigo achando que elas continuarão sendo mais difíceis para o Leo, que terá que se acostumar com uma nova realidade, a dividir os pais e as coisas, a dividir a atenção de toda a família. Já para o Caê, sinto que a vida será apresentada de forma mais branda, com uma mãe que já sabe o que está por vir e que, por isso, não vai cair em desespero tão facilmente, vai se sentir mais segura para seguir seu coração e que, acima de tudo, aprendeu a amar, de forma intensa e verdadeira, e que só tem a chance de fazer isso agora porque já houve alguém que abriu espaço para que isso acontecesse.
Se desde já tenho menos tempo para o Caê do que tinha para o Leo, pelo menos, estou mais preparada para ser sua mãe e isso, na minha opinião, vai compensar todas as faltas decorrentes de ser segundo, terceiro ou quarto filho.
E se o coração de mãe está em paz, não há o que se temer.