Há alguns dias, eu publiquei um post no qual contava como foi a experiência de mudar o Leo do berço para a cama (na verdade, para um quarto inteiramento novo) e nesse texto eu prometia voltar a abordar o assunto assunto, trazendo mais dicas para realizar essa transição de forma tranquila e prazerosa.
Essas dicas são baseadas na minha experiencia, na experiência de amigas, em informações que obtive na internet (e que, na minha opinião, fazem sentido) e que me foram passadas por uma psicóloga e por uma consultora em sono. Espero que gostem das ideias e que elas sejam úteis. Caso tenham algo a acrescentar, deixem as sugestões no espaço para comentários abaixo:
Dicas para fazer a transição do berço para a cama:
1. Respeite o tempo do bebê/criança. Talvez essa seja uma das principais dicas, por isso optei por colocá-la primeiro. Não tente forçar essa transição se você perceber que a criança não está pronta. Em alguns casos, você poderá tirar a criança do berço, mas ela irá se negar a ficar na cama e vai querer voltar para o antigo espaço a todo custo. Assim, é melhor evitar esse vai e volta e só fazer a transição quando a criança quiser e estiver preparada. E como saber se essa é a hora? Algumas crianças demonstram isso saindo incessantemente do berço, a toda hora. Já no caso de outras você terá que apresentar a ideia e ver como elas reagem. Dizer que o pequeno já está grande e que já pode ter uma cama de adulto e ver qual é a reação a essa informação. Se você falar algumas vezes e a criança sempre gostar da ideia, se empolgar ou começar a perguntar sobre a caminha, vale a pena tentar a mudança. E tem idade certa para isso? Não. Tenho uma amiga que colocou a filha numa cama antes de 1 ano, eu coloquei o Leo com quase 2 anos e meio, já outra amiga mudou só com mais de 3 anos. A idade limite é o limite do tamanho do berço. Quando a criança começar a ficar apertada lá, desconfortável, se batendo, aí não tem jeito, tem que mudar (esse limite de tamanho costuma ser até 4 anos).
2. Peça para a criança ajudar na escolha da nova cama e dos seus acessórios. Quando a criança já é maiorzinha ela pode ser convidada a participar da escolha e compra da nova cama. Isso costuma deixar as crianças empolgadas e animadas e aí elas curtem mais e aceitam melhor mudança. Mas é claro que isso varia muito de criança para criança. No nosso caso, por exemplo, optamos por fazer uma surpresa em vez de levar o Leo para escolher as coisas junto e super funcionou também. Aqui eu conto tudo como foi.
3. Se a criança não participar da escolha da cama e dos seus acessórios, uma alternativa é fazer da apresentação da novidade um grande momento, uma supresa de verdade: enfeitar o quarto com balões, fitas, brinquedos (antigos mesmo), entre outros. Veja aqui nesse post os detalhes como fizemos e deu super certo.
4. Converse com a criança antes e explique os benefícios da mudança. Apresente esse novo desafio (sim, para eles é um desafio, uma mudança importante) como algo super bacana, divertido, algo desejável e não algo que gere medo e insegurança. A forma como os pais encaram e apresentam essa novidade faz toda a diferença (Lembre-se: é importante que os pais estejam seguros de que é a hora e de que será legal para a criança. Ela irá sentir isso e vai fazer toda a diferença).
5. Deixe a criança escolher um brinquedo que poderá ser a sua companhia na hora de dormir. Se o seu filho gosta muito de algum personagem ou brinquedo, deixe-o escolher, comprar e levar para a cama na hora de dormir. OU então, se você já sabe qual é o brinquedo que ela deseja, você pode fazer a surpresa e presenteá-lo, dizendo que esse será o seu novo companheiro da hora do sono. Não precisa necessariamente ser um brinquedo novo, pode ser um brinquedo antigo que a criança gosta, mas é claro que a novidade acaba atraindo mais atenção (sou contra “comprar” a criança com presentes, mas esse é um caso um pouco diferente, porque o brinquedo faz as vezes de um companheiro, uma companhia, um amigo que irá ajudá-lo numa nova fase).
6. Prepare o ambiente para evitar quedas. Não esqueça, de forma alguma, de preparar a cama de forma a evitar quedas. A criança está acostumada a ficar “livre” dentro do berço para fazer o movimento que bem entender e não irá cair de lá. Mas com a cama é diferente. Se não tiver alguma proteção, ela pode cair, se machucar e depois não querer voltar mais para a cama. As dicas para evitar acidentes são: colocar uma grade de proteção, comprar uma bicama e deixar a parte de baixo aberta, posicionar almofadas, travesseiros, colchão ou colchonete no no chão e, ainda, deixar um dos lados da cama encostado na parede (aqui em casa a gente fez uso das seguintes opções: encostamos a cama na parede de um dos lados, usamos a grade de proteção e nos primeiros dias eu ainda puxava a parte de baixo da bicama).
7. Só coloque a criança para dormir quando ela realmente estiver com sono. Como a criança pode estranhar a cama no início e também tem muito mais facilidade para sair dela, algumas vezes faz-se necessário colocá-la para dormir um pouquinho mais tarde (meia hora já faz diferença), pois assim o cansaço será maior e ela tenderá a sair menos da cama (eu estou fazendo isso, colocando o Leo para dormir meia hora mais tarde. Testei colocar no horário de sempre, mas ele saia da cama pois ainda tinha pique para brincar. Meia hora mais tarde ele já estava mais cansadinho e ficava mais fácil na cama).
8. Crie uma rotina. Olha a rotina aí de novo, minha gente! Se no berço ter uma rotina já era importante, imagine na cama, que a criança pode sair com mais facilidade. Então, uma dica super importante é você tentar manter a mesma rotina de sempre ou, então, adaptar uma nova rotina à nova realidade. Aqui eu fiz algumas pequenas mudanças, pois não consigo repetir exatamente as coisas como eram antes. Antes, quando ele dormia no berço, eu dava banho, levava-o para seu quarto, sentava com ele na poltrona de amamentação, ninava um pouco, aí sim o colocava no berço, ainda acordado. Agora, não tem mais a poltrona no quarto dele, então substituí o colo por uma historinha na cama. Ou seja, depois do banho, vou com ele até o quarto, peço que ele apague a luz, deite-se na cama, conto uma historinha, dou um beijo de boa noite e saio. A rotina mudou, nos primeiros dias ele estranhou e ficou saindo do quarto, mas eu insistia para ele voltar, se deitar, e logo ele entendeu que apesar das coisas terem mudado, é hora de dormir.
9. Seja consistente. Além de repetir a mesma rotina diariamente (ou sempre que der) outra coisa que ajuda é você ser consistente na hora de colocar na cama. Ou seja, se você falar que vai contar só uma historinha e sair, é contar só uma e sair mesmo. E se a criança insistir em levantar, você fica por perto e a conduz de volta à cama, com a luz apagada (e, se possível, com as demais luzes da casa também apagadas e com ela no maior silêncio possível. A criança tem que entender que a casa dorme e é hora de descansar), dá um beijo de boa noite e sai novamente. Nem que você tenha que repetir isso 20 vezes, repita que vale a pena. Nessa hora a criança vai dizer que quer brincar, quer tomar água, quer colo, quer tudo. Volte, fique com ela no quarto um pouco, passe confiança, mostre que está por perto, mas não ceda às suas tentativas de sair do quarto para fazer mil coisas. Nos primeiros dias eu levei o Leo de volta para cama 12 vezes. Depois baixou para 10, foi para 8, caiu para 3 e agora ele levanta uma ou duas vezes no período de uns cinco minutos ou nem levanta, fica lá deitadinho até dormir.
10. Entenda as necessidades da criança e tenha paciência. Nessa hora, nada pior do que você perder a paciência e brigar com o seu filho para ele ficar na cama. Claro que tem horas que há um limite, que se você levá-lo 12 vezes de volta para a cama terá que falar mais duro e sério, mas sem jamais perder a cabeça (ser firme é diferente de perder as estribeiras). Se a criança, nos primeiros dias quer fazer algo diferente, como levar 20 brinquedos para a cama, deixe. Depois, aos poucos, ela enjoa da ideia e para de fazer isso. Mas no início, como tudo é novidade, vale a pena ceder em algumas coisas que não vão atrapalhar o processo.
11. Deixe a criança ver que você está por perto. Muitas vezes, a criança fica insegura com a mudança e vai querer ter certeza de que você está por perto. Por isso, nos primeiros dias, se possível, acompanhe o processo de colocá-la na cama e depois que sair do quarto, fique por ali, para o caso dela sair e querer vê-la.
12. Não tranque a criança. Nem pense em trancar a porta do quarto para evitar que a criança saia. Eu acredito que isso pode só aumentar a insegurança e deixar a criança com mais medo ainda da mudança. Num dos sites que li, dava-se a dica de colocar um portãozinho na porta, para o caso da criança tentar sair. Assim, ela não estaria no quarto trancado, pois poderia abrir a porta, mas não poderia sair de lá. Para mim, é quase a mesma coisa que trancar a porta e não acho legal. A criança tem que ficar na cama porque lá é um lugar seguro, tranquilo e gostoso para ela e não porque é obrigada a isso (com uma porta ou portãozinho trancados). Mesmo que isso exija muita paciência, tempo e força de vontade, um dia dá certo. Basta insistir.