Sim, porque se no início basicamente ela era de mão única, com a gente cantando, contando histórias e brincando, com o tempo ela se torna mais argumentativa e bem, bem mais difícil.
Parece que a gente fala e eles não escutam. A gente repete e eles fazem o contrário. A gente tenta de novo e eles dão risada da nossa cara. E aí a gente pensa: “Ó ceus! O que eu fiz para merecer isso?”.
Bom, e na minha casa, é claro que também é assim. O Léo está com quase um ano e nove meses e fazer ele me ouvir e responder positivamente a um pedido é sempre um desafio. Por isso, tenho feito alguns testes e percebido que algumas coisas funcionam melhores que outras e resolvi trazer hoje alguns dos meus aprendizados aqui para vocês (coisas que li a respeito e outras que foi na prática mesmo que descobri).
Óbvio que ele não me obedecer 100% das vezes (longe, BEEEEMMMM longe disso!), mas pelo menos as coisas não acabam em guerra, comigo gritando e com ele chorando (ou rindo da minha cara). Espero que gostem das dicas e não deixem de compartilharem as suas nos comentários. Todas nós, mamães, agradecemos!
Desça à altura das crianças: quando for falar com uma criança algo sério, que você realmente quer que ela escute, desça à sua altura. Estar face a face ajuda em qualquer tipo de comunicação, inclusive adulto – criança.
Fale olhando nos olhos: eu criei o hábito de, quando quero falar algo bem importante para o Léo, pedir para ele olhar dentro dos meus olhos. E não é que ele olha e presta atenção? O contato olho no olho acaba sempre ajudando bastante.
Toque: o contato físico também ajuda na hora de se comunicar. Assim, uma dica é segurar nas duas mãos das crianças enquanto olha nos olhos e fala. Já experimentaram? Eu tentei e achei super positivo.
Não grite: não adianta, se gritar, você já sai em desvantagem. Li em várias locais que toda vez que nós perdemos o controle a criança sente que ela está no controle e aí querida amiga, ferrou. Por isso, mesmo que você esteja fora do seu prumo, irritada até o último fio de cabelo, controle-se e não saia encarnando a sandra-rosa-madalena.
Escolha o tom de voz certo: bom, não é porque você não pode gritar que você também vai falar como se estivesse pedindo perdão por existir. Se o assunto é sério ou se você está dando um sermão, use um tom de voz firme. A criança tem que perceber, também pelo tom da sua voz, que você não está brincando.
Explique: não adianta você só dizer “Não faça isso” ou “Você tem que fazer aquilo”. Você deve mesmo é explicar porque ele deve ou não pode fazer algo. A gente tende a achar que eles não entendem as coisas, mas quem não entende nada somos nós. Eles entendem tudo. Bem certinho. Só não querem fazer como a gente quer.
Use palavras e expressões simples: quando você for explicar alguma coisa para uma criança, use palavras que ela possa entender. Palavras que vocês costumam usar no dia a dia e com as quais ela já teve contato. Se não, com certeza, a comunicação sairá prejudicada.
Dê o exemplo: você está pedindo para seu filho guardar os brinquedos dentro da caixa. Então, por que você mesma não pegar um e guarda, não dá o exemplo? Se você mostrar o que tem que ser feito, ajuda muito. Como diz o velho ditado: Uma ação vale mais que mil palavras!
Escolha a hora certa: se você tem um assunto sério para tratar com o seu filho não adianta escolher fazer isso num momento que ele está concentrado em outra coisa ou irritadíssimo porque foi contrariado. Escolha uma hora que ele esteja disponível e tranquilo. Mas, não esqueça, também não dá para tentar resolver a situação horas ou dias depois. Quanto antes fizer, melhor, mas é importante perceber se a criança está pronta para ouvir.
Dialogue. Não discurse: você fala, fala, fala, fala, fala, mas a criança não entende nada, não obedece. Já pensou em conversar com ela? Falar as coisas que tem que ser ditas mas também fazer perguntas, ouvir o que ela tem a dizer? Mesmo que ela não saiba responder adequadamente (ou a resposta for sempre “não”, como no caso do Léo, que até quando é sim ele fala não), é importante incluir a criança na conversa e não fazer dela um mero ouvinte.
Uma observação final: é claro que essa teoria toda é muito linda mas, na prática, não é bem assim que funciona. Nem precisa me dizer isso! Eu sei! É claro que tem aqueles dias que nem com reza braba a gente está com paciência de fazer isso tudo certinho e aí vamos levando como dá. Sei porque vivo isso. Mas acho importante dizer que, todas as vezes que tirei um tempo para me comunicar de igual para igual com o Léo (descendo à sua altura, olhando no olho, explicando os motivos, dando exemplos, etc…) o resultado foi muito, muito melhor.